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Archive for the ‘Educação’ Category

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“O Partido Socialista quer acabar com o conceito legal de culpa no divórcio. Isto é, quer transformar o casamento num compromisso sem compromissos. Este é o mesmo Partido Socialista que quer proibir os piercings na língua e que aprovou uma nova lei do fumo com o objectivo declarado de combater o vício. Entretanto, o Bloco de Esquerda, um partido que chegou ao Parlamento graças à defesa do aborto e das drogas leves, tem um projecto de lei para proibir a publicidade ao álcool no desporto. Graças ao empenho dos partidos de esquerda, os portugueses terão no futuro mais facilidade em romper um casamento ou fazer um aborto do que em fumar um cigarro, publicitar uma cerveja ou meter um piercing na língua.

A defesa de instituições e de regras que têm como objectivo proteger as pessoas delas próprias costumava ser uma característica das religiões tradicionais. Os partidos progressistas, como o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista, começaram por contestar a autoridade religiosa com base na defesa da liberdade de cada um para tomar as suas próprias decisões. Mas agora que chegaram ao poder, desprezam a liberdade individual e limitam-se a substituir uma moral arbitrária por outra. A Igreja Católica tolerava o fumo e era contra a carne na Quaresma. O Partido Socialista tolera a carne na Quaresma mas embarcou numa campanha moralista contra o fumo. Neste contexto, a ASAE funciona como uma espécie de polícia do vício e da virtude. A ASAE não serve só para detectar carne estragada que nenhum consumidor estaria disposto a comer. Serve também para nos proteger de estabelecimentos que gostaríamos de frequentar e de produtos que gostaríamos de consumir. Ironicamente, uma das funções da ASAE é garantir que os hipermercados não abrem ao domingo à tarde. O domingo é um dia consagrado à família, quer os portugueses queiram quer não queiram. Claro que, graças ao projecto de lei do PS, os portugueses poderão agora dissolver a família sem culpa. Ficarão sem nada para fazer ao domingo à tarde.”

fonte: http://www.dn.sapo.pt/2008/03/29/opiniao/vicios_e_virtudes.html .

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A Ler

 Coisas que o caso Carolina Michaëlis revela por João Miranda via Blasfémias.

A miúda das notíciais via Abrasivo.

Professores sem educação via Vida de Cadela.

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Este texto de Fernanda Câncio no Diário de Noticias é o perfeito exemplo de um texto com reacções indignadas, pessoalismos e sem argumentos (muito estilo em detrimento do conteúdo):

“Parece que cada vez que “alguém fala do vídeo” à professora da luta pelo telemóvel no Carolina Michaëlis ela “começa a chorar e enerva-se”. Compreendo-a muito bem. Eu própria vou pelo mesmo caminho. Tenho a sensação de que se mais alguma vez vejo aquelas imagens ou oiço ou leio alguém falar em “agressão no Carolina Michaëlis” ou “a professora brutalizada pela aluna” ou, para ainda mais extraordinário, “nas coisas comprometedoras que a aluna alegadamente teria no telemóvel”, vou mesmo entrar em órbita. Ou chamar a polícia.”

Ler o restante texto aqui: http://www.dn.sapo.pt/2008/03/28/opiniao/adolescentes_inimputaveis_e_teves.html .

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Mais do mesmo, continua o triunfo da indignação:

A professora da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, que foi alegadamente vítima de agressão por uma aluna formalizou hoje uma queixa judicial contra a jovem. Além da estudante, a docente apresentou ainda uma queixa contra a turma onde ocorreu o incidente e um pedido de responsabilização para dois alunos maiores de 16 anos.A advogada da docente, Ana Espírito Santo, confirmou à Lusa que a professora apresentou três queixas distintas. Uma primeira queixa foi apresentada contra a aluna no Ministério Público, junto do Tribunal de Família e Menores do Porto. A advogada explicou que apesar da aluna viver em Matosinhos, a queixa só podia ser formalizada naquele tribunal, por ser o da área onde ocorreram os factos.No mesmo tribunal, foi apresentada uma queixa autónoma contra os restantes alunos menores da turma. Pouco depois, foi formalizada uma terceira queixa, no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto, contra dois alunos maiores de 16 anos, que já podem ser responsabilizados na justiça convencional.

A aluna arrisca-se a ser acusada de crimes de difamação ou ofensa ao seu bom-nome. Os outros alunos são responsabilizados na queixa por colaboração na “humilhação” da professora.” (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1323891&idCanal=58#Comentarios )

1. O trabalho de uma professora consiste em ensinar a matéria e não em educar.

2. Se alguma aluna viola uma das regras para o bem-estar da aula é convidada a sair.

3. Se a aluna não sair voluntariamente a professora tem legitimidade para pedir ajuda a um agente de segurança.

4. Não é da competência da professora punir o aluno coercivamente. Aliàs até é do interesse da professora não agravar a situação.

5. A professora em causa tentou retirar um telemóvel à força de uma aluna e agora queixa-se duma situação que ela própria ajudou a fomentar.

6. Solução: regresso ao moralismo autoritário para obrigar os alunos a cumprirem as regras.

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Quando é que a “velha” cai?  por Rui Ramos

“Temos memória curta. Para desdramatizar o caso do telemóvel na escola Carolina Michaëlis, alguém se lembrou de um filme, Sementes de Violência. Em 1955, na América, o convívio entre professores e estudantes já nem sempre era idílico – e ainda não havia telemóveis. Mas com tantos séculos de história à disposição, poderíamos ter ido mais longe. Até 363, por exemplo, quando S. Cassiano de Ímola foi morto pelos seus alunos, armados para o devido efeito com os estilos de ferro com que escreviam. E embora muita gente não vá acreditar, a verdade é que o ministro da educação do imperador Juliano não era Maria de Lurdes Rodrigues.
Mas se um filme americano não chegou para pôr em perspectiva o último motivo de alarme nacional, muito menos a lenda de um santo. Tivemos assim de assistir às rábulas do costume, com uns a exigir a restauração urgente da palmatória e outros a explicar que existem “procedimentos” para gerir a “situação”. Na caixa de comentários de um jornal, alguém sugeriu à professora, com toda a seriedade, que convidasse a aluna para ir ao cinema, de forma a criarem “uma nova relação”. Que fazer? Viajar 200 anos para trás, quando é suposto os professores terem sido deuses para os seus alunos; ou 200 anos para a frente, quando professores e alunos conviverem, em pé de igualdade, numa harmonia sábia?
O mundo já não é como uns imaginam que foi, e ainda não é como outros desejam que venha a ser. E agora? Talvez seja a altura de todos fazermos um esforço para compreender isto: que, só por si, o braço-de-ferro filmado entre uma professora e uma aluna numa escola do Porto não compromete a democracia nem justifica um golpe de Estado. Bem sei que não é assim que os meus contemporâneos gostam de encarar estes episódios. Houve quem tivesse aproveitado para nos dar lições de história social, ou para partilhar connosco as suas pequenas teorias caseiras sobre o conceito de autoridade. Uma vez perdido o sentido das proporções, é difícil manter o sentido do ridículo.

É significativo que, entre tantos cursos abreviados de sociologia da família, ninguém se tivesse interessado por saber mais sobre a aluna, a professora ou a escola. E ninguém se interessou por esta razão: o nosso gosto actual é promover cada incidente, por mais restrito ou localizado, a um “grande problema”, de modo a podermos exigir a este ou àquele ministro soluções gerais e definitivas. Onde esperamos chegar por este caminho? Fará sentido esperar de um governo, mesmo tão poderoso e determinado como o nosso, que corrija com uma portaria as últimas décadas de evolução social?
Ese decidíssemos ver o caso da Carolina Michaëlis, não como um embaraço desta ministra ou mais uma lástima da civilização contemporânea, mas apenas como o problema daqueles alunos, daquela professora, daquela escola – e para ser resolvido a esse nível, independentemente de poder ser lamentado por todos? E postas as coisas assim, talvez devêssemos discutir o seguinte: em vez de estatutos e procedimentos confeccionados no ministério, não seria mais útil dar aos estabelecimentos de ensino do Estado a margem de manobra e os meios suficientes para lidarem com cada caso de indisciplina tal como parecesse mais adequado aos responsáveis no local, sem referência a autoridades externas?
É agora hábito falar do ensino opondo o estatal ao privado. A respeito de disciplina, a diferença é esta: numa escola privada há alguém que é suposto tratar da questão, e não simplesmente passá-la burocraticamente para a direcção regional e o ministério. Porque é que as escolas estatais não hão-de dispor da mesma autonomia e responsabilidade? E se cada escola do Estado fosse uma instituição com identidade e vontade próprias, em vez da célula anónima e passiva de um “sistema de ensino” definido e comandado a partir de uma rua de Lisboa? E se cada escola tivesse o seu próprio estatuto do aluno? E se cada escola pudesse escolher os seus alunos, e cada aluno escolher a sua escola?
Em vez de encarar as dificuldades do ensino estatal como um “grande problema”, que ninguém sabe resolver, a não ser reescrevendo o primeiro livro da Bíblia, porque não dividi-lo em muitos pequenos problemas locais, confiando em que seriam resolvidos da maneira possível pelas pessoas concretas a quem esses problemas dizem directamente respeito? Não, a “velha” não caiu, ao contrário do que chegou a antecipar o denodado documentarista da Carolina Michaëlis. Mas outra “velha” já deveria ter caído: a mania de falar do ensino de um ponto de vista impossível.”

fonte: http://jornal.publico.clix.pt/ .

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Vale a pena ler o post Terror na deseducação * de CAA via Blasfémias para perceber como a indignação se sobrepõe aos argumentos.

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“Os cidadãos exigem que a escola pública seja ao mesmo tempo igualitária e obrigatória. Se a escola é igualitária a autoridade do professor só pode emergir a partir do reconhecimento voluntário dos seus alunos. Mas se a escola é obrigatória, muitos dos alunos que a frequentam não estão lá por reconhecerem voluntariamente a autoridade do professor mas porque não têm outra opção. Numa sociedade democrática, a autoridade de um professor só pode ser reforçada se a frequência da escola for uma escolha e não uma obrigação. A possibilidade de escolha implica a existência de alternativas. A existência de alternativas requer autonomia das escolas, liberdade de ensino, responsabilização dos indivíduos pelas suas escolhas e uma multiplicidade de vias de ensino. A direita portuguesa tem vindo a chegar a algumas destas conclusões. Mas elas são estranhas ao seu código genético. A chamada direita liberal tem feito um esforço para se adaptar a uma sociedade em que a autoridade resulta do reconhecimento voluntário em vez de emanar do Estado ou de Deus. Mas quando ocorrem problemas como os que ocorreram na escola do Porto, a tendência é para essa direita se agarrar a soluções autoritárias e para ignorar qualquer solução liberal.”

fonte: http://dn.sapo.pt/2008/03/22/opiniao/autoridade_e_democracia.html .

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“A maior parte das empresas privadas não precisa de utilizar processos formais de avaliação dos trabalhadores. As empresas privadas têm de ser lucrativas. Para serem lucrativas têm de produzir bens e serviços que os clientes apreciem. Se a empresa funcionar mal, os clientes fogem para a concorrência e os gestores são forçados a agir. Os gestores têm incentivos para avaliar de forma justa os seus funcionários, mas não precisam de os avaliar de forma burocrática. Utilizam o seu julgamento subjectivo para determinar quais são os melhores funcionários. O sistema de avaliação informal funciona porque se as empresas não servirem o melhor possível o cliente vão à falência.O Ministério da Educação financia as escolas com o dinheiro dos impostos, essencialmente através do pagamento de salários a professores e funcionários. Se um pai retirar o seu filho de uma escola pública, as receitas dessa escola mantêm-se. As escolas não têm os incentivos financeiros para detectar e corrigir o mau profissionalismo dos professores.O Ministério da Educação é gigantesco e encontra-se demasiado distante das necessidades das comunidades que pretende servir. Por este motivo, o ministério optou por implementar um sistema de avaliação artificial, burocrático e formal.

No modelo centralista em vigor, esta é a única forma que o ministério tem para controlar a qualidade dos serviços prestados pelos professores. Mas este sistema burocrático de avaliação só é necessário e inevitável porque as escolas não estão sujeitas à pressão das comunidades que deveriam servir.

Num sistema de ensino descentralizado e concorrencial, a avaliação burocrática é desnecessária. Se as escolas passassem a financiar-se exclusivamente através do cheque-ensino, entrariam em concorrência entre si e seriam avaliadas directamente pelos pais dos alunos. O director da escola passaria a ter todos os incentivos para avaliar os professores de forma justa, mas não burocrática, de acordo com o contributo de cada um para o sucesso da escola.”

João Miranda no Diário de Noticias,

Sábado, 15 de Março de 2008.

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João Miranda no DN:

“Este sistema centralizado encontra-se totalmente obsoleto. Um sector como o ensino precisa de agentes criativos e com iniciativa própria. Uma estrutura hierarquizada com 200 mil funcionários é demasiado pesada para reagir de forma adaptativa às mudanças. O sistema de ensino do futuro terá obrigatoriamente de ser composto por escolas com autonomia pedagógica e financeira. Essas escolas terão de ter total liberdade para escolher e avaliar professores, contratar directores e captar financiamentos. Maria de Lurdes Rodrigues fez muito pouco para preparar este futuro. Deu prioridade à reforma da carreira docente e da avaliação dos professores. Descurou a avaliação das escolas e a autonomia. Criou regras demasiado específicas para a avaliação dos professores. Teve uma boa ideia quando criou um novo patamar na carreira docente, o cargo de professor titular. Mas desbaratou a oportunidade de renovar o quadro de professores no topo da carreira ao preencher quase todas as vagas num único concurso usando como principal critério a antiguidade. Não é possível neste momento criar escolas autónomas. Essas escolas herdariam obrigações para com os seus funcionários e regulamentos de avaliação que lhes retirariam autonomia efectiva. O aparecimento de escolas verdadeiramente autónomas terá que ser precedido de uma nova reforma da carreira docente e do sistema de avaliação.”

 Fonte: http://dn.sapo.pt/2008/03/08/opiniao/ensino_centralista.html .

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“Os professores são infantilizados por um Ministério da Educação que lhes diz o que ensinar, o que valorizar na avaliação, que filosofia educativa seguir e como disciplinar os alunos. São estes docentes que, nas suas intervenções públicas, definem as suas posições através daquilo que não querem. Não querem (esta) avaliação, não querem a autonomia escolar, não querem aulas de substituição. Habituados que estão a que lhes digam o que fazer, nunca declaram o que querem. Nem valeria a pena. Nunca lhes seria concedida autonomia para concretizarem os seus projectos. ”

 João Miranda no Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/2008/03/01/opiniao/malestar_docente.html .

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