1. Uma das razões apontadas (e frequentemente a mais criticada) para justificar a invasão do Iraque foi a existência de ADM.
2. Uma vez no Iraque não se encontraram as tais ADM, embora se saiba que já as tiveram e que foram financiadas pelos próprios americanos.
3. Não acharam as ADM, logo não existem.
A falácia deste raciocínio é muito simples: ignora explicações alternativas. O facto de não terem encontrado ADM não quer dizer que elas não existem ou que existiram, podem ter sido movimentadas para outro país ou podem mesmo já terem sido todas usadas. O facto é que não há maneira de sabermos se os americanos já sabiam que não haviam ADM no Iraque.
Ausência de prova não é prova de ausência.
Do tipo… Não encontraram Hitler, logo Hitler não existia em 1945. A não ser que tenha deixado de existir quando os russos entraram em Berlim…glup!
Não sei se as ditas ADM existiam ou não. Contudo, quando se justifica a invasão de um país, em decisão unilateral e em violação ao direito internacional, com um argumento factual como esse, a impossibilidade de comprovação do facto torna o argumento desastroso. Isto porque o argumento não tem apenas que ser verdadeiro mas também de parecê-lo.
Quanto à invasão em si, foi também desastrosa precisamente por ter sido mal planeada e de consequências mal previstas, as quais os EUA e aliados ainda estão e estarão a sofrer. Não nego, contudo, a sua necessidade e a sua utilidade – guerra preemptiva. Penso é que os efeitos negativos se têm sobreposto aos positivos, não por causa da invasão em si mas pela incompetência com que foi perpetrada.
Evidentemente que quando dos 3 argumentos utilizados, 2 se vêm a revelar falsos só temos que bater palmas e agradecer aos grandes EUA por terem deposto Sadam. Com direito a um julgamento justo!!!
“2 se vêm a revelar falsos”
Quem foi a autoridade independente a dizer isto? A ONU (entidade que menos distante se encontra do ideal de isenção e independência) não foi, pelo menos.
Relembro ao eduardo que não achar um brinco num campo de futebol não prova que lá não se encontre.