“Foi colocado nos escaparates das livrarias, já este ano, um livro do general da Força Aérea Silva Cardoso, tecendo considerações absolutamente desencantadas em relação aos últimos anos da história portuguesa.
O conteúdo da obra, intitulada A Revolução da Perfídia (edição Prefácio, 2008 ) surge na linha de um anterior livro do mesmo autor (Angola, Anatomia de uma Tragédia, publicado em 2001) e não pode ser comparado, no que diz, sustenta e visa, às declarações dos outros generais citadas neste trabalho.
Silva Cardoso, que aceitou desempenhar as mais altas funções na descolonização de Angola entre o 25 de Abril de 1974 e Agosto de 1975, data em que se demitiu de alto-
-comissário, ataca por todos os lados, e em particular pela questão colonial, todo o processo político-militar que se seguiu ao 25 de Abril (a que chama “golpe marxista”).
Do seu ponto de vista, “o sonho rapidamente se transformou em pesadelo e aqueles que já acordaram rangem os dentes de impotência. Era bom voltar a sonhar com outros protagonistas: a verdade, a humanidade e a justiça. Mas dizem-nos dos bastidores que essa peça não está no repertório desta companhia de teatro. Só temos guarda-roupa para interpretar peças de vilões e de perfídia”. Aos portugueses nada mais resta, hoje, do que “continuar com a “revolução da perfídia”, peça estreada há mais de trinta anos, de autor estrangeiro (…)”, conclui. A.G.”
fonte: http://jornal.publico.clix.pt/ , 25.04.2008, p.4.
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