“Os cidadãos exigem que a escola pública seja ao mesmo tempo igualitária e obrigatória. Se a escola é igualitária a autoridade do professor só pode emergir a partir do reconhecimento voluntário dos seus alunos. Mas se a escola é obrigatória, muitos dos alunos que a frequentam não estão lá por reconhecerem voluntariamente a autoridade do professor mas porque não têm outra opção. Numa sociedade democrática, a autoridade de um professor só pode ser reforçada se a frequência da escola for uma escolha e não uma obrigação. A possibilidade de escolha implica a existência de alternativas. A existência de alternativas requer autonomia das escolas, liberdade de ensino, responsabilização dos indivíduos pelas suas escolhas e uma multiplicidade de vias de ensino. A direita portuguesa tem vindo a chegar a algumas destas conclusões. Mas elas são estranhas ao seu código genético. A chamada direita liberal tem feito um esforço para se adaptar a uma sociedade em que a autoridade resulta do reconhecimento voluntário em vez de emanar do Estado ou de Deus. Mas quando ocorrem problemas como os que ocorreram na escola do Porto, a tendência é para essa direita se agarrar a soluções autoritárias e para ignorar qualquer solução liberal.”
fonte: http://dn.sapo.pt/2008/03/22/opiniao/autoridade_e_democracia.html .
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