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Archive for 17 de Março, 2008

“Vamos supor que o banco central imprime notas e as empresta a juros baixos a meia dúzia de grandes clientes (bancos).

Como há mais notas em circulação, o dinheiro deveria passar a valer menos. No entanto, os agentes económicos não actualizam imediatamente o valor que atribuem ao dinheiro. Diferentes agentes actualizarão a sua percepção do valor do dinheiro a ritmos diferentes.

Os grandes clientes têm uma vantagem comparativa: são os primeiros a receber o dinheiro e podem gastá-lo antes que os restantes agentes económicos actualizem o valor do dinheiro.

Os grandes clientes podem aproveitar a sua vantagem comparativa de duas formas:

1. Investir na produção de bens e serviços

2. Trocar o dinheiro por algo que funcione como reserva de valor

A opção 1 demora tempo a gerar retorno o que faz com que se perca a vantagem competitiva inicial. A opção 2 pode ser realizada imediatamente.

Logo, os grandes clientes do banco central (e os clientes destes) tenderão a investir em tudo o que possa servir como reserva de valor e que possa ser comprado rapidamente: ouro, petróleo, imobiliário e acções.

O fluxo permanente de dinheiro fresco gerará compras permanentes dos mesmos activos (ouro, petróleo, imobiliário e acções). Mais dinheiro para os mesmos activos implica inflação (que não é detectável nos preços ao consumidor). O preço do ouro, petróleo, imobiliário e acções cresce de forma mais ou menos previsível o que atrai especuladores. A entrada de especuladores gera um processo de crescimento de preços que se realimenta a si mesmo. Os preços cresces porque todos acreditam que vão crescer. Temos uma bolha.

A bolha rebenta quando o banco central sobe as taxas. O banco central tem que subir as taxas antes que a entrada de dinheiro comece a gerar inflação no consumidor.

A probabilidade de a bolha rebentar não dissuade a especulação. A especulação é racional desde que os ganhos compensem o risco de a bolha rebentar.

Na verdade o banco central não tem meios para saber qual é o valor correcto das taxas. Por isso, tanto pode estar a errar quando as baixa como quando as sobe. Ninguém sabe.

Quando a bolha rebenta, a pressão política sobre os bancos centrais leva-os a voltar a baixar as taxas. A bolha volta a encher.

Solução socialista para este problema: maior controlo político sobre os bancos centrais. Resultado previsível: períodos mais longos com taxas baixas e bolhas maiores.”

fonte: http://ablasfemia.blogspot.com/2008/01/crash-vamos-supor-que-o-banco-central.html

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“Os totalitarismo são ideologias irracionalistas. Tanto o comunismo como o nazismo fazem um apelo deliberado à irracionalidade. No caso do comunismo, apela-se à submissão da razão aos interesses de classe. A arte proletária, a biologia proletária e as ideias proletárias são superiores às suas homólogas burguesas, não porque o seu valor intrínseco seja superior, mas pelo simples facto de serem proletárias. No caso do nazismo, apela-se à submissão da razão aos interesses da raça. Toda a ciência e toda a cultura são avaliados de acordo com critérios raciais ao ponto de, por exemplo, a relatividade poder ser declarada uma ciência judaica, e logo inválida.É por isso curioso que aqueles que tanto querem combater o nazismo recorram tão frequentemente a actos irracionais e mesmo a apelos deliberados ao irracionalismo. A discussão pública deixa de ser um processo de descoberta da verdade através da razão e passa a ser um pretexto para o insulto e para o palavrão. A discussão pública deixa de ser uma troca civilizada de argumentos e passa a ser uma oportunidade para a exibição de emoções.A indignação e o ataque pessoal são elogiados e aplaudidos. Coitado daquele que não expressa a sua indignação, que não diz um palavrão. Diz-se que aquele senhor está justamente indignado e aplaude-se. Aplaude-se a exibição da emoção e o aplauso é tanto maior quanto mais intensa for a exibição da raiva. Cria-se um ambiente de grupo de linchamento em que as pessoas são elogiadas não por terem bons argumento, mas por exibirem alarvemente a sua indignação. É o triunfo do irracionalismo.”
“O Lutz chega ao ponto de dizer que uma tese deve ser rejeitada porque os neo-nazis também a defendem. Isto é um apelo claro ao irracionalismo. Pede-se que uma tese seja avaliada não pelos seus próprios méritos, mas por critérios de táctica política. A verdade sujeita à táctica. O Lutz, reconhece que não percebeu bem o contexto do meu post, mas isso não o impediu de fazer sobre ele juízos de valor. O JPT chegou mesmo a dizer que o conteúdo do meu post não deve ser discutido, deve ser liminarmente condenado. E faz questão de expressar o seu desprezo em relação a uma situação cujo contexto ele próprio confessa que não entendeu.O irracionalismo institucionalizou-se. Ritualizou-se o ódio a tudo o que vagamente se assemelhe ao nazismo, que em muitos países europeus chega por vezes a tomar a forma de ódio ao alemão, como se viu no caso do Papa Ratzinger. O mesmo ódio que teve um papel em todos os totalitarismos. Foi o ódio ao judeu na Alemanha, ao burguês na Revolução Cultural, na Rússia comunista e no Cambodja de Pol Pot. Ou ódio étnico na Joguslávia e no Ruanda.O ódio ao nazismo vai alimentando o folclore neo-nazi e empobrecendo o debate público, mas tem poucos efeitos práticos. Não é feito qualquer esforço para se entender e pensar o que está em debate, até porque se pretende anular deliberadamente qualquer hipótese de debate que não tenha as conclusões previamente definidas. A análise histórica não está sujeita a critérios objectivos mas a critérios políticos. A ritualização do anti-nazismo sob a forma de proclamações indignadas e exibição de sentimentos pode impedir o triunfo do folclore nazi, mas não impedirá o aparecimento de outros totalitarismos que escapam às análises emocinais e que requerem a análise fria dos factos.

Não é por isso por acaso que brilhantes intelectuais com um curriculum de anti-nazistas apoiaram entusiatiamente todos os tiranos comunistas, de Stalin a Fidel Castro. Estes intelectuais identificaram correctamente uma das representações concretas do totalitarismo, mas foram incapazes de, através do estudo e da discussão aberta, fria e racional tirar daí as lições abstractas válidas para todos os totalitarismos.”

fonte: http://ablasfemia.blogspot.com/2005/05/o-triunfo-do-irracionalismo.html .

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É comum ouvir a esquerda mundial, em particular os partidos comunistas, elogiarem o sistema cubano e o “ex-lider” Fidel Castro. Em Cuba elogia-se a liberdade de expressão, as liberdades individuais e as liberdades sacrificadas são supostamente com o consentimento dos cidadãos cubanos. Elogia-se também muito o sistema de saúde cubano gratuito (aquele gratuito que é pago com dinheiro pelos contribuintes em muitos casos de modo coercivo). Ora, recentemente sete jogadores de futebol cubanos aproveitaram um desafio na Florida para não voltar para Cuba. É de realçar que desde 1991 já fugiram de Cuba 94 atletas. Se Cuba é um paraíso democrático e onde se vive livremente porque é que querem sair de lá? A hipocrisia da esquerda é de facto infinita.

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