Coisas que o caso Carolina Michaëlis revela por João Miranda via Blasfémias.
A miúda das notíciais via Abrasivo.
Professores sem educação via Vida de Cadela.
Posted in Educação, Sociedade on Março 28, 2008| 2 Comments »
Coisas que o caso Carolina Michaëlis revela por João Miranda via Blasfémias.
A miúda das notíciais via Abrasivo.
Professores sem educação via Vida de Cadela.
Posted in Eleições nos E.U.A. 2008, Política on Março 28, 2008| 1 Comment »
The Threatening Storm: The Case for Invading Iraq de Kenneth M. Pollack (Conselheiro para o Médio Oriente da Administração Clinton).
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Este texto de Fernanda Câncio no Diário de Noticias é o perfeito exemplo de um texto com reacções indignadas, pessoalismos e sem argumentos (muito estilo em detrimento do conteúdo):
“Parece que cada vez que “alguém fala do vídeo” à professora da luta pelo telemóvel no Carolina Michaëlis ela “começa a chorar e enerva-se”. Compreendo-a muito bem. Eu própria vou pelo mesmo caminho. Tenho a sensação de que se mais alguma vez vejo aquelas imagens ou oiço ou leio alguém falar em “agressão no Carolina Michaëlis” ou “a professora brutalizada pela aluna” ou, para ainda mais extraordinário, “nas coisas comprometedoras que a aluna alegadamente teria no telemóvel”, vou mesmo entrar em órbita. Ou chamar a polícia.”
Ler o restante texto aqui: http://www.dn.sapo.pt/2008/03/28/opiniao/adolescentes_inimputaveis_e_teves.html .
Posted in Educação, Sociedade on Março 28, 2008| 1 Comment »
Mais do mesmo, continua o triunfo da indignação:
“A professora da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, que foi alegadamente vítima de agressão por uma aluna formalizou hoje uma queixa judicial contra a jovem. Além da estudante, a docente apresentou ainda uma queixa contra a turma onde ocorreu o incidente e um pedido de responsabilização para dois alunos maiores de 16 anos.A advogada da docente, Ana Espírito Santo, confirmou à Lusa que a professora apresentou três queixas distintas. Uma primeira queixa foi apresentada contra a aluna no Ministério Público, junto do Tribunal de Família e Menores do Porto. A advogada explicou que apesar da aluna viver em Matosinhos, a queixa só podia ser formalizada naquele tribunal, por ser o da área onde ocorreram os factos.No mesmo tribunal, foi apresentada uma queixa autónoma contra os restantes alunos menores da turma. Pouco depois, foi formalizada uma terceira queixa, no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto, contra dois alunos maiores de 16 anos, que já podem ser responsabilizados na justiça convencional.
A aluna arrisca-se a ser acusada de crimes de difamação ou ofensa ao seu bom-nome. Os outros alunos são responsabilizados na queixa por colaboração na “humilhação” da professora.” (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1323891&idCanal=58#Comentarios )
1. O trabalho de uma professora consiste em ensinar a matéria e não em educar.
2. Se alguma aluna viola uma das regras para o bem-estar da aula é convidada a sair.
3. Se a aluna não sair voluntariamente a professora tem legitimidade para pedir ajuda a um agente de segurança.
4. Não é da competência da professora punir o aluno coercivamente. Aliàs até é do interesse da professora não agravar a situação.
5. A professora em causa tentou retirar um telemóvel à força de uma aluna e agora queixa-se duma situação que ela própria ajudou a fomentar.
6. Solução: regresso ao moralismo autoritário para obrigar os alunos a cumprirem as regras.
Posted in Economia, Eleições nos E.U.A. 2008, Política on Março 27, 2008| Leave a Comment »
Porque é que não há discussões com este nível em Portugal?
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Ainda não percebi porquê tanta reacção indignada como se vê nos comments desta notica no Público:
“Não usar uma mini-saia no trabalho pode significar menos dinheiro no fim do mês. Esta é pelo menos a ideia da clínica espanhola San Rafael, em Cádis, que retirou a dez recepcionistas e enfermeiras o seu prémio de produtividade, por não usarem a saia curta que faz parte do uniforme obrigatório, escreve o diário espanhol “El País” na sua edição online.
As mulheres recusaram o traje estipulado, que além de deixar as pernas descobertas obriga ao uso de um avental justo e pouco prático. Assim, no fim do mês receberam menos 30 euros, o preço por andarem com os tradicionais fatos de saúde.
As funcionárias sentem que a decisão, mais do que injusta do ponto de vista económico, vai contra a lei da igualdade. “Sentimo-nos objectos decorativos. Quando estamos a trabalhar não temos liberdade de movimentos e não nos podemos baixar para atender doentes que estão acamados. Temos que expor o nosso corpo para fazermos o nosso trabalho”, explicou Adela Sastre, presidente do comité da empresa.
O gerente da clínica, que pertence ao grupo Pascual, desafiou os trabalhares a levarem o caso aos tribunais. José Manuel Pascual diz que a medida é justa e apenas surge na sequência do incumprimento da normativa de vestuário. O código aplica-se a outros centros de saúde do grupo onde, contudo, ainda não houve queixas.” (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1323725&idCanal=62 ).
Já se falou da violação de liberdades, de igualdades, da dignidade humana, da mulher coisificada, na escravatura, em voltar aos ideais comunistas, no mal do capitalismo selvagem. Enfim, o costume quando a indignação substitui a racionalidade.
1. As enfermeiras não estão a trabalhar por obrigação e estão sujeitas à indumentária que o gerente da clínica exige como requisito para o prémio de produtividade.
2. O sexo feminino tem a característica de atrair clientela pela sua sensualidade.
3. Dada a característica sexual do sexo feminino os bancos, hospitais, empresas e outras entidades patronais têm tendência a aproveitarem-se deste aspecto.
4. O gerente da clínica vê no uso de mini-saia no sexo feminino uma oportunidade para atrair clientela e como consequência garantir a entrada de dinheiro para o pagamento do prémio produtividade das enfermeiras.
5. O prémio produtividade até deveria funcionar como incentivo para as enfermeiras abdicarem da sua “dignidade”.
6. As enfermeiras têm a liberdade de não aceitarem o trabalho ou a permanecer nele sem o prémio produtividade e assim preservar a sua “dignidade”.
7. Os seguranças privados e em algumas escolas privadas também é requisito obrigatório um fardamento adequado que é diferente consoante os sexos.
8. Os homens e as mulheres são diferentes e atraem por diferentes motivos. Uma mulher com mini-saia pode atrair homens tal como um homem vestido de segurança pode atrair mulheres. Não tem sentido falar em igualdades.
Posted in Política, Sociedade on Março 27, 2008| 2 Comments »
Tem havido muita indignação com os direitos humanos no Tibete e muitos protestos contra a China propondo um boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim.
Durão Barroso afrimou o seguinte: «Não estamos de forma alguma seguros que qualquer eventual boicote levasse a um maior respeito pela lei da China ou no Tibete. De forma alguma».
1. O argumento principal para boicotar os Jogos Olímpicos na China são a violação dos Direitos Humanos.
2. As boas intenções não implicam boas consequências. Aliàs as consequências nunca são totalmente previsiveis nestes casos.
3. Suponhamos que se boicota os Jogos Olímpicos e isso produz o resultado contrário e os soldados chineses invadem em força o Tibete e violam ainda mais direitos humanos.
4. Aqueles que defenderam o boicote aos Jogos Olímpicos para serem coerentes têm de continuar a defender que foi uma boa decisão independentemente das consequências tal como aqueles que defenderam a invasão do Iraque onde a violação dos direitos humanos era constante.
5. Aqueles que tanto criticam as consequências violentas que despoletaram no Iraque após a sua invasão já esqueceram as constantes violações dos direitos humanos da época de Saddham.
6. Quando se está perante a violação dos direitos humanos as consequências são esquecidas em prol da finalidade.
7. Quando as coisas correm mal depois dos actos já se pensa nas consequências e descobre-se que afinal a luta pelos direitos humanos não era assim tão desejada.
8. Durão Barroso tem razão porque não há nenhum indício de que o boicote aos Jogos Olímpicos leve a alguma consequência boa para o Tibete.
Posted in Política on Março 26, 2008| Leave a Comment »
Um excelente texto de André Abrantes Amaral sobre as fragilidades da Constituição da República Portuguesa. A ler neste link: http://atlantico.blogs.sapo.pt/1184281.html .
Posted in Educação, Política, Sociedade on Março 26, 2008| 1 Comment »
Quando é que a “velha” cai? por Rui Ramos
“Temos memória curta. Para desdramatizar o caso do telemóvel na escola Carolina Michaëlis, alguém se lembrou de um filme, Sementes de Violência. Em 1955, na América, o convívio entre professores e estudantes já nem sempre era idílico – e ainda não havia telemóveis. Mas com tantos séculos de história à disposição, poderíamos ter ido mais longe. Até 363, por exemplo, quando S. Cassiano de Ímola foi morto pelos seus alunos, armados para o devido efeito com os estilos de ferro com que escreviam. E embora muita gente não vá acreditar, a verdade é que o ministro da educação do imperador Juliano não era Maria de Lurdes Rodrigues.
Mas se um filme americano não chegou para pôr em perspectiva o último motivo de alarme nacional, muito menos a lenda de um santo. Tivemos assim de assistir às rábulas do costume, com uns a exigir a restauração urgente da palmatória e outros a explicar que existem “procedimentos” para gerir a “situação”. Na caixa de comentários de um jornal, alguém sugeriu à professora, com toda a seriedade, que convidasse a aluna para ir ao cinema, de forma a criarem “uma nova relação”. Que fazer? Viajar 200 anos para trás, quando é suposto os professores terem sido deuses para os seus alunos; ou 200 anos para a frente, quando professores e alunos conviverem, em pé de igualdade, numa harmonia sábia?
O mundo já não é como uns imaginam que foi, e ainda não é como outros desejam que venha a ser. E agora? Talvez seja a altura de todos fazermos um esforço para compreender isto: que, só por si, o braço-de-ferro filmado entre uma professora e uma aluna numa escola do Porto não compromete a democracia nem justifica um golpe de Estado. Bem sei que não é assim que os meus contemporâneos gostam de encarar estes episódios. Houve quem tivesse aproveitado para nos dar lições de história social, ou para partilhar connosco as suas pequenas teorias caseiras sobre o conceito de autoridade. Uma vez perdido o sentido das proporções, é difícil manter o sentido do ridículo.
É significativo que, entre tantos cursos abreviados de sociologia da família, ninguém se tivesse interessado por saber mais sobre a aluna, a professora ou a escola. E ninguém se interessou por esta razão: o nosso gosto actual é promover cada incidente, por mais restrito ou localizado, a um “grande problema”, de modo a podermos exigir a este ou àquele ministro soluções gerais e definitivas. Onde esperamos chegar por este caminho? Fará sentido esperar de um governo, mesmo tão poderoso e determinado como o nosso, que corrija com uma portaria as últimas décadas de evolução social?
Ese decidíssemos ver o caso da Carolina Michaëlis, não como um embaraço desta ministra ou mais uma lástima da civilização contemporânea, mas apenas como o problema daqueles alunos, daquela professora, daquela escola – e para ser resolvido a esse nível, independentemente de poder ser lamentado por todos? E postas as coisas assim, talvez devêssemos discutir o seguinte: em vez de estatutos e procedimentos confeccionados no ministério, não seria mais útil dar aos estabelecimentos de ensino do Estado a margem de manobra e os meios suficientes para lidarem com cada caso de indisciplina tal como parecesse mais adequado aos responsáveis no local, sem referência a autoridades externas?
É agora hábito falar do ensino opondo o estatal ao privado. A respeito de disciplina, a diferença é esta: numa escola privada há alguém que é suposto tratar da questão, e não simplesmente passá-la burocraticamente para a direcção regional e o ministério. Porque é que as escolas estatais não hão-de dispor da mesma autonomia e responsabilidade? E se cada escola do Estado fosse uma instituição com identidade e vontade próprias, em vez da célula anónima e passiva de um “sistema de ensino” definido e comandado a partir de uma rua de Lisboa? E se cada escola tivesse o seu próprio estatuto do aluno? E se cada escola pudesse escolher os seus alunos, e cada aluno escolher a sua escola?
Em vez de encarar as dificuldades do ensino estatal como um “grande problema”, que ninguém sabe resolver, a não ser reescrevendo o primeiro livro da Bíblia, porque não dividi-lo em muitos pequenos problemas locais, confiando em que seriam resolvidos da maneira possível pelas pessoas concretas a quem esses problemas dizem directamente respeito? Não, a “velha” não caiu, ao contrário do que chegou a antecipar o denodado documentarista da Carolina Michaëlis. Mas outra “velha” já deveria ter caído: a mania de falar do ensino de um ponto de vista impossível.”
fonte: http://jornal.publico.clix.pt/ .
Posted in Educação, Sociedade on Março 26, 2008| Leave a Comment »
Vale a pena ler o post Terror na deseducação * de CAA via Blasfémias para perceber como a indignação se sobrepõe aos argumentos.
Posted in Economia, Política, Sociedade on Março 25, 2008| Leave a Comment »
“ Alguns comentários a um post de Daniel Oliveira:
Daniel Oliveira: A culpa do desemprego não é de quem tem emprego seguro.
Comentário: Culpa, culpa, daquela que nos impede de dormir à noite, é óbvio que não. Mas o desemprego tem duas causas fundamentais: 1- a existência de leis que desincentivam a contratação de desempregados (salário mínimo, barreiras aos despedimentos, encargos sociais para as empresas, direitos vários que tornam a contratação de trabalhadores pelas empresas). 2- A despesa pública que, por um lado garante os tais empregos seguros na função pública, e por outro destrói empregos no sector privado.
Daniel Oliveira: A culpa dos baixos salários não é de quem tem um salário quase decente.
Comentário: Os salários não se devem distinguir entre os decentes e os indecentes mas entre aqueles que remuneram a produtividade do trabalhador e aqueles que remuneram o poder político do trabalhador. Aquilo a que o Daniel chama salários decentes resulta de transferências dos trabalhadores que sem poder político que têm salários indecentes e uma produtividade razoável para os que têm poder político, salários decentes e não têm que produzir nada. Como raio é que os salários decentes são pagos? À custa de impostos indecentes, pois claro.
Daniel Oliveira: A culpa da desgraça dos nossos serviços públicos não é, antes de mais, de quem neles trabalha.
Comentário: O Daniel tem razão. Existem 700 mil trabalhadores e nenhum deles é responsável pelo que quer que seja. Mas esse é um problema de qualquer empreendimento socialista. Não existem responsáveis. Numa empresa privada, os responsáveis são rapidamente encontrados e, se a lei laboral esquerdista o permitir, despedidos. Na função pública, todos são promovidos ao fim de 3 anos, aconteça o que acontecer.
Daniel Oliveira: Quase nenhum trabalhador português vive acima das possibilidades do país.
Comentário: Uma questão totalmente irrelevante. O que interessa saber é se existem trabalhadores que ganham acima da sua produtividade. E a verdade é que existem. Estão todos na função pública. Só na função pública é que um trabalhador pode auferir um bom salário sem produzir o que quer que seja.
Daniel Oliveira: Mais: este país não tem futuro com salários baixos porque salários baixos são trabalho sem qualidade.
Comentário: A esquerda não percebe a relação entre trabalho e produtividade. A esquerda está convencida que o aumento de salários gera produtividade. É ao contrário. A produtividade é que gera aumento de salários. E o problema da economia portuguesa é que os salários têm subido mais depressa que a produtividade.
Daniel Oliveira: E o trabalhador português, funcionário público incluído, ganha mal e paga, quase sozinho, a totalidade das despesas de um Estado que lhe dá pouco, cada vez menos.
Comentário: Eu sei que a matemática é fascista, mas também não exageremos. Os funcionários públicos recebem em salários 30% da despesa pública. São beneficiários líquidos do orçamento do estado. São pagos pelos privados e em troca prestam um péssimo serviço. Ou seja, os funcionários públicos exploram os trabalhadores do sector privado.
Conclusão: A esquerda, que sempre se preocupou com a exploração de uma classe por outra devia estar do lado dos explorados (os trabalhadores do sector privado) e não dos exploradores (os trabalhadores do sector público). “
fonte: http://ablasfemia.blogspot.com/2005/06/luta-de-classes-no-sculo-xxi.html .
Posted in Economia, Política on Março 25, 2008| 7 Comments »
Luta de classes por João Miranda
“ Quais são os trabalhadores que tipicamente fazem greve? Funcionários públicos, funcionários de empresas públicas.
Quais são os trabalhadores que tipicamente não fazem greve?
Trabalhadores da construção civil, empregados dos cafés e restaurantes, trabalhadores da construção civil, empregadas de limpeza.
Quais são os trabalhadores que os sindicatos nunca protegem?
Os desempregados.
Quem são os receptores líquidos de impostos?
Funcionários públicos, funcionários de empresas públicas.
Quem são os pagadores líquidos de impostos?
Trabalhadores da construção civil, empregados dos cafés e restaurantes, trabalhadores da construção civil, empregadas de limpeza.
Destes grupos quais são os que têm menos direitos e salários mais baixos?
Trabalhadores da construção civil, empregados dos cafés e restaurantes, trabalhadores da construção civil, empregadas de limpeza e desempregados
Porquê?
Porque os sindicatos, como qualquer grupo de interesses, tendem a proteger os seus à custa dos outros que são excluidos. Esta é mais uma das características do sindicalismo. Cria grupos de privilégios que graças a um poder negocial acima da média conseguem viver à custa dos excluidos.”
fonte: http://ablasfemia.blogspot.com/2007/05/luta-de-classes.html .
Posted in Eleições nos E.U.A. 2008, Política, Sociedade on Março 25, 2008| Leave a Comment »
“O desejo da derrota norte-americana mantém-se quase intacto em relação aos tempos da Guerra Fria, diferente, contudo, é a ausência de uma alternativa. Se o conflito da Coreia acontecesse agora, Burchett continuaria a defender a retirada norte-americana mas provavelmente já não arriscaria afirmar como fez nos anos 60: “[Na Coreia do Norte] o povo beneficia de uma vida radiosa, tanto sob o plano material como cultural.”
Hoje, quando se pede a retirada das forças da coligação que invadiu o Iraque, está contrapor-se o quê para aquele país? Para lá do gozo que alguns terão em ver novamente os marines regressarem derrotados a casa, o que se espera que aconteça ao Iraque após essa retirada? Apoiei a invasão do Iraque e não tenho dúvidas de que um dos grandes riscos dessa invasão é precisamente o perigo de os EUA afectarem por um tempo indefinido, àquele país, uma parte significativa do seu poder militar. Parecendo-me indispensável que se discutam os moldes e os argumentos usados para invadir o Iraque, mas parece-me muito mais grave que, escassos anos depois, se resolva retirar porque as sondagens não estão a correr pelo melhor e porque as dificuldades são muito maiores que as inicialmente previstas.
Não sei em que momento o povo da Coreia do Sul deixou de ser mártir e aquele país deixou de ser apresentado em reportagens várias como o parente pobre e oprimido do seu progressista e livre irmão do Norte. E muito menos sei se a situação no Iraque evoluirá de modo a que se possa dizer que os EUA conseguiram repetir numa ocupação militar o sucesso conseguido na Coreia do Sul. Mas é claro que em muito do que se lê, vê e ouve, em Portugal, sobre o Iraque transparece sobretudo o desejo do desastre. (Para a história do jornalismo ficará a bizarra cobertura das primeiras eleições livres no Iraque: povo algum deve ter visto a sua participação eleitoral causar tal espanto e embaraço entre os repórteres.)”
Ler o restante texto aqui (só para assinantes): http://jornal.publico.clix.pt/ .
Posted in Eleições nos E.U.A. 2008, Política on Março 25, 2008| 1 Comment »
1.George W. Bush é republicano.
2. George W. Bush é mau.
3. Logo, os Republicanos são maus e, por conseguinte, John McCain será um mau presidente para a Humanidade.
4. Bill Clinton é democrata.
5. Bill Clinton é bom.
6. Logo, os democratas são bons e, por conseguinte, H. Clinton ou B. Obama serão bons líderes e tomarão boas decisões para promover o Bem no Mundo.
7. Os democratas são como os Jedis.
8. Os republicanos são como as forças do império do mal.
9. O dark side é tentador.
10. Darth Vader foi um Jedi antes de se converter ao lado negro das forças imperiais.
Posted in Economia, Política, Sociedade on Março 24, 2008| 3 Comments »
O Mito dos Sindicatos por João Miranda
“A melhoria das condições dos trabalhadores ao longo do século XX não se deveu à acção dos sindicatos. Essa tese baseia-se numa interpretação superfícial da história económica dos últimos 150 anos. Apesar dos sindicatos terem passado este período a fazer reivindicações que depois se concretizaram, a verdade é que elas não se concretizaram porque os sindicatos reivindicaram mas porque a melhoria das condições dos trabalhadores é a consequência natural do sistema capitalista.
O PIB per capita nos países mais ricos do século XIX era da ordem dos 1000 dólares (preços actuais). O PIB per capita da Suécia anda neste momento à volta dos 30 000 dólares. A economia sueca produz actualmente 30 vezes mais riqueza e os Suecos podem consumir 30 vezes mais riqueza do que no século XIX. Esta diferença é suficiente para explicar porque é que os suecos vivem melhor hoje do que há 150 anos. Vivem melhor porque produzem muito mais.
A razão pela qual os suecos hoje produzem 30 vezes mais riqueza do que produziam há 150 anos não tem nada a ver com sindicatos. Tem a ver com poupança. Os suecos, ricos e pobres, sempre pouparam parte do seu rendimento. E usaram a poupança para reinvestir em melhores instituições, mais educação, melhores fábricas, melhores vias de comunicação. Foi a poupança, e não os sindicatos, que permitiu melhorar a capacidade produtiva da Suécia.
E também não foram os sindicatos que contribuíram para o aumento dos salários. Numa economia de mercado, os salários são determinados pela oferta e pela procura. O preço de equilíbrio entre a oferta e a procura não aumentou por causa da acção dos sindicatos mas sim por causa do aumento da produtividade dos trabalhadores e do aumento da procura de trabalhadores qualificados à medida que cada vez mais empresários passaram a ter acesso a métodos de produção cada vez mais sofisticados.. A produtividade dos trabalhadores melhorou por causa de melhorias na educação e do aumento do capital disponível
Os sindicatos até poderiam ter tido um papel positivo para a melhoria da qualidade de vida se tivessem funcionado apenas como meras associações de interesses. Os sindicatos enquanto meras associações de interesses poderiam ter contribuído para reduzir a assimetria de informação entre trabalhadores e empregadores melhorando o funcionamento dos mercados.
No entanto, na maior parte dos países ocidentais, eles funcionaram como força política com capacidade para bloquear a economia. Graças à acção dos sindicatos, muitos países europeus passaram por períodos em que os salários foram colocados pela acção dos sindicatos acima do seu valor de mercado, o que levou a situações de ruptura económica, desemprego e formação de uma nomenklatura operária, isto é, de grupos de trabalhadores com mais poder e rendimento que outros. Os mineiros na Inglaterra e os funcionários públicos em Portugal são exemplos dessas nomenklaturas.
As lutas sindicais do século XX foram em grande parte uma farsa impulsionada pelo crescimento económico. O sucesso e a popularidade dos sindicatos deveu-se à sua capacidade para assumir como vitórias suas aquilo que decorreria naturalmente do crescimento económico. A farsa foi alimentada tanto por sindicalistas como por políticos. Os sindicalistas porque, tendo sido os maiores beneficiários do movimento sindical, nunca tiveram incentivos para reconhecer a farsa. Os políticos porque, tendo reconhecido a farsa, se limitaram a inventar mecanismos para a contornar.
A popularidade do keynesianismo após a segunda guerra mundial deve-se em parte à necessidade de minimizar os efeitos desta farsa. Os políticos adoptaram uma teoria económica que lhes permitiu tirar aos trabalhadores aquilo que eles conseguiam na mesa das negociações e nos protestos de rua. Uma vez que o keynesianismo preconizava que a inflação funciona como um estímulo ao crescimento económico, o keynesianismo era a teoria ideal para a época. Não porque a inflação funcione enquanto estímulo ao crescimento mas porque funciona muito bem enquanto mecanismo corrector dos excessos dos sindicatos. A inflação foi usada durante anos pelos governos para anular os efeitos dos aumentos salariais acima dos aumentos de produtividade e foi graças a ela que muitos sistemas económicos não entraram em ruptura.”
fonte: http://ablasfemia.blogspot.com/2007/05/o-mito-dos-sindicatos-reposio.html .